Sobre

Visão

O projeto MPDb propõe a construção de uma infraestrutura digital dedicada ao registo fóssil da Macaronésia (Açores, Madeira, Selvagens, Canárias e Cabo Verde), aberta à comunidade, organizações governamentais, ONGs, outras instituições públicas e indústria.

Missão

O propósito central do projeto MPDb é a criação de uma plataforma digital para o rápido acesso e intercâmbio aberto de conhecimento científico de dados paleontológicos dos arquipélagos da Macaronésia, proporcionando informação precisa sobre paleobiodiversidade local e regional, incluindo uma base de dados e biblioteca de imagens.

Objetivos

1 – Implementar e gerir uma infraestrutura digital dedicada ao registo fóssil dos arquipélagos da Macaronésia, incluindo:

  • informação sobre as espécies presentes no registo fóssil (ex., idade, distribuição geográfica, descrições morfológicas, imagens, dados paleontológicos);
  • informação geológica das jazidas fossilíferas estudadas (ex., estratigrafia, litologia, ambientes deposicionais e dados tafonómicos, imagens, video e geolocalização);
  • material presente nas coleções e pontos de contacto;
  • literatura paleontológica relevante.

2 – Criar uma plataforma para otimizar a acessibilidade e a partilha de conhecimentos científicos sobre os fósseis da Macaronésia;
3 – Rever, atualizar e padronizar os dados disponíveis, incluindo informação obtida sobre coleções de referência;
4 – Proporcionar aos utilizadores finais informação precisa sobre a paleobiodiversidade local e regional;
5 – Desenvolver uma ferramenta robusta para uma eficiente gestão ao nível local e regional, por parte dos governos da Macaronésia;
6 – Promover o património paleontológico da Macaronésia e a sua conservação;

Preâmbulo

Paleontologia, ou Paleobiologia, como por vezes é atualmente referida, é a ciência que estuda não só a fauna e a flora do passado geológico, como as interações entre espécies, e estas e o ambiente.

Idealmente, a ciência deve possuir uma natureza pluralista, e nada encarna melhor esta premissa que a paleontologia, em termos de matérias, disciplinas e outputs, dentro da comunidade científica e na sociedade em geral.
Paleontólogos têm acesso a um recurso de dados único: os fósseis.

O seu estudo é o maior contribuidor para a construção da árvore da vida, desempenhando a paleontologia um papel central em disciplinas como a sistemática, evolução, biogeografia e o estudo dos processo e padrões que explicam a biodiversidade atual e pretérita.

Atualmente, a paleontologia é uma ciência chave na reconstrução de biomas de outrora e é imprescindível para a compreensão de questões de abrangência global, como as alterações climáticas e de biodiversidade.

Informação sobre a paleobiodiversidade é também utilizada por agências dedicadas à conservação (ex. no desenho de políticas de conservação ambiental e desenvolvimento sustentável) e educação (ex. desenho de currículos escolares/académicos), bem como pela indústria (ex. desenho de novos produtos turísticos competitivos).

Os dados paleontológicos são também uma ferramenta fundamental para o desenho de estratégias de desenvolvimento sustentável e de uso de recurso naturais locais, com a introdução de conceitos inovadores como o “Paleo Parque”, isto é, entidades legais dedicadas à preservação e divulgação do património paleontológico (ex. o pioneiro “Paleoparque Santa Maria” nos Açores).

Finalmente, projetos envolvendo bases de dados em paleontologia tem sido desenvolvidos ao nível internacional por infraestruturas digitais já bem estabelecidas (ex. Global Biodiversity Information Facility – GBIF; Paleobiology Database – PBDB).

Âmbito geográfico

No Atlântico Norte, as ilhas que compõe a Macaronésia (Azores, Madeira, Selvagens, Canárias e Cabo Verde) podem ser caracterizadas como edifícios vulcânicos proeminentes, que se erguem de águas oceânicas profundas.
Os arquipélagos são conhecidos, desde o final do século XIX, por ter jazidas fossilíferas únicas.

É necessária uma abordagem multidisciplinar para estudar a paleobiodiversidade que se encontra no registo fossilífero da Macaronésia, necessitando das competências especializadas de geólogos, paleontólogos e biólogos.

Na Macaronésia estão presentes diferentes ambientes deposicionais (de puramente erosivos aos associados a tempestades/tsunamis), assim como também diferentes domínios (de marinho a terrestre), onde podem ser encontradas uma elevada abundância e diversidade de organismos (de algas a cetáceos).

Ainda, a natureza vulcânica única destes arquipélagos facilitou a cobertura por produtos vulcânicos (assim, preservando) este registo fóssil único.

Apesar da representividade do registo fóssil Macaronésico poder ser considerada como temporalmente restrita (na maioria, do Miocénico ao Pleistocénico) é, no entanto, extremamente importante para estudos evolutivos, pois raramente foi documentado em massas continentais correspondentes.

Atualmente, ganha particular significância pois estas Épocas englobam idades de importantes alterações climáticas que moldaram os padrões de biodiversidade que hoje conhecemos.
Desta forma, é urgente melhorar a recolha de dados e, se possível, complementá-la com abordagens de modelização.

Financiamento

O MPDb é apoiado pelo projeto “Base de Dados da PaleoBiodiversidade da Macaronésia” (M1.1.A/INFRAEST CIENT/A/001/2021), dentro do programa de financiamento ““PRO-SCIENTIA: Eixo 1 – Valorizar, Ação 1.1 – Capacitar as entidades do SCTA e valorizar as suas atividades” da Direção Regional para a Ciência e Tecnologia, Governo Regional dos Açores.